Blog do Baldini

Por que os pesos pesados da atualidade não têm alma e coração de lutador?

Baldini

A primeira lembrança que tenho de boxe é uma conversa entre meu pai e meu avô materno sobre a primeira luta entre Muhammad Ali e Joe Frazier. Em casa, se falava dos pesos pesados e de Eder Jofre.

A principal categoria do boxe possui o charme de que o campeão é o homem mais forte do mundo, o mais temido. Mas atualmente não é assim.

Não existem mais pesos pesados como antigamente. Não confio nos novatos Deontay Wilder, Anthony Joshua ou Joseph Parker e não tenho paciência para ver o boxe ''robótico'' de Wladimir Klitschko.

Não há mais duelos equilibrados, com trocas de golpes constantes. Que saudade dos 15 rounds de Ernis Shavers, Ken Norton, Larry Holmes, Oscar Bonavena, caras que deixavam tudo no ringue. Nem vou falar das lendas, pois seria covardia.

Ver Deontay Wilder lutar com Eric Molina foi revoltante. Um cara com 2,01 metros e mais de cem quilos sem iniciativa atacar um adversário que estava com medo nos primeiros minutos, mas que depois viu um campeão sem golpes, sem alma e sem coração.

Wilder recebeu US$ 1,4 milhão para defender o cinturão do Conselho Mundial de Boxe pela primeira vez. Será que é muito dinheiro e isso acaba tirando a ''fome'' dos boxeadores fortões? Mas se isso fosse verdade, aconteceria o mesmo com os ''pequenos''.

E o que a gente vê é que entre as categorias menores a disputa é intensa. Moscas, galos, penas, meio-médios e médios apresentam grandes disputas. Coisa rara entre os pesados.

Uma matéria feita pela imprensa norte-americana, não lembro o veículo, dizia que o negro dos Estados Unidos trocou o boxe pelo futebol americano e pelo basquete, que pagam muito bem também e não precisam apanhar. Não sei se é verdade.

O que sei é que estou cansado de ver uns grandalhões cheios de marra, tatuagens e músculos hipertrofiados, mas sem o menor espírito de lutador.