O sonho da Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) de ter os profissionais na olimpíada só deverá ser concretizado em Tóquio-2020. Não há tempo hábil para uma transformação tão radical a ponto de refazer todos os organogramas dos torneios pré-olímpicos em todo o mundo.

É bom lembrar que o número de atletas nos Jogos Olímpicos não será alterado, com isso os profissionais que queiram estar no Rio vão ter de enfrentar pelo menos dois grandes obstáculos:

1º a briga por vaga em seu país. É bom lembrar que existe um grupo de amadores treinando no mínimo há quatro anos pelo sonho olímpico e não vão querer perder a vaga na véspera dos Jogos.

2º os grandes pugilistas do profissional possuem contratos milionários com seus empresários e canais de TV, que jamais irão abrir espaço para que seu lutador dispute até cinco lutas sem receber nada em troca.

Considero esta atitude da AIBA um tiro no pé. A entidade sempre teve uma ''guerra'' com o boxe profissional e não sabe o que fazer para parar de ''perder'' seus melhores pugilistas sempre depois dos Jogos Olímpicos para os milhões de dólares do profissionalismo, como aconteceu com os irmãos Falcão, com Everton Lopes e até mesmo com o britânico Anthony Joshua, campeão olímpico dos superpesados, que tomaram este rumo após Londres-2012.

Com exceção de alguns boxeadores ''livres'', a maioria deve permanecer de fora do Rio-2016.

Uma mudança mais radical na estrutura do boxe, se é que ela vai ocorrer um dia, deverá ficar para Tóquio-2020.