Graduação no boxe? Não deveria ter nem nas artes marciais
Baldini
Fui procurar um mestre das artes marciais para me ajudar sobre a questão da graduação no boxe. Conversei com o sensei Ademir da Costa, considerado no Japão o maior carateca ocidental de todos os tempos.
Na sequência, apresento um texto com o que o mestre Ademir fala sobre graduação nas artes marciais.
“No início das artes marciais, só existia a faixa branca. Na ideologia das artes marciais, com o passar do tempo, com os treinamentos diários, ela ia sujando até ficar preta. Isso significava que o aluno havia atingido um alto grau de ensinamento. Para chegar lá, o iniciante deveria se apresentar a um mestre e se tornar discípulo dele, Aceitando a fazer todas as determinações na chuva ou no sol, todos os dias, demonstrando que tinha garra e perseverança.
As artes marciais tiveram de se adaptar quando foram para o Ocidente. O ocidental não pensa da mesma forma do oriental. Não tem a mesma paciência e a mesma determinação, com isso foram criadas as faixas para dar maior motivação aos alunos, Na sequência, isso se tornou um negócio, a ponto de algumas modalidades criarem um número absurdo de faixas.”
Com a orientação do mestre Ademir, só posso ser contra a graduação no boxe. Vai contra a tradição.
O que a Confederação Brasileira de Boxe, o Comitê Olímpico Brasileiro e as entidades do boxe mundial têm a dizer?