Vários vôos estão saindo com atraso de Las Vegas. Motivo: o excesso de jatos particulares deixando a Cidade do Jogo. Também, o que tinha de milionário ontem no ginásio do MGM Hotel para Floyd Mayweather x Manny Pacquiao… Ainda bem que eu sou só vou embora amanhã.

A luta entre Floyd Mayweather e Manny Pacquiao atingiu a marca de 2,7 bilhões de tuítes, apenas das 20h de sábado às 3h da madrugada de domingo. Mais uma marca histórica para o duelo que teve tudo para ser a luta do milênio, mas não foi nem a luta do século.

Vou repetir que acho Floyd Mayweather um craque. Sua leveza para lutar boxe o coloca entre os melhores de todos os tempos. Mas suas lutas não me empolgam. Entendo que ele sabe frustrar os adversários e tem um poder de adaptação muito grande durante as lutas. Mas gosto de pugilistas mais agressivos. Só isso.

Quando Mike Tyson era campeão dos pesos pesados, muitos patrocinadores nos Estados Unidos não queriam colocar seu dinheiro em suas lutas, pois acabavam “muito cedo”. Tyson precisou lutar fora daqui e acabou perdendo o título no Japão. Agora com Mayweather é o contrário. Money é criticado pela falta de nocautes. Suas lutas são “chatas”.

E sabe uma coisa que gosto em Mayweather. É de que ele faz todo mundo falar de boxe. Bem ou mal. Por causa das lutas, falta de nocautes, pela técnica, pelas mulheres, pelos relógios, carros, aviões, seguranças. Ele é muito importante para o boxe.

Como já disse, Floyd Mayweather x Manny Pacquiao não foi a luta do século. Mas a cobertura foi digna das maiores de minha carreira. Agradeço demais ao UOL pela confiança e oportunidade. Espero que os amantes da nobre arte tenham gostado. Eu adorei e agora, às 4h36 de Las Vegas. preciso descansar. Mas acho que vou esperar a final do Paulistão entre Santos e Palmeiras. Para embalar o sono.

Evander Holyfield perdeu a grande oportunidade de ficar calado há cerca de um mês quando questionado quem seria o vencedor de MayPac: “Vai vencer Pacquiao, assim tem a revanche. É o que as pessoas que dominam o boxe querem. É sempre assim.”

É Holyfield….é assim mesmo.

Em pelo menos duas vezes na luta, Manny Pacquiao conseguiu levar Floyd Mayweather para as cordas, iniciou o ataque e depois parou. Em um primeiro momento, pensei que o filipino não queria se cansar diante da bem postada defesa do adversário.

Mas vendo os teipes da luta percebi que na verdade Pacquiao teve medo de sofrer o mesmo contra-golpe que sofreu frente ao mexicano Juan Manuel Marquez, em 2012, na China.

Na oportunidade, Pacquiao também encurralou Marquez e, na hora de decidir, levou uma direita que o deixou desacordado para desespero de sua família na platéia.

Nocautes daquele tipo deixam sequelas.

Oscar De La Hoya aproveitou para criticar MayPac. O dono da Golden Boy Promotions tuitou: “Podem me chamar de velho, mas acho que os fãs pagam para assistir lutas com ação”, disse o campeão olímpico de Barcelona-92.

A relação tumultuada entre De La Hoya e Mayweather torna impossível uma luta do norte-americano contra o argentino Lucas Matthysse, que é contratado da Golden Boy.

Floyd Mayweather está a uma luta de igualar o feito de Rocky Marciano, peso pesado das décadas 40 e 50, que deixou o boxe com o cartel de 49 vitórias, sem derrota. O boxeador americano anunciou que vai se aposentar em setembro, quando vai tentar alcançar o feito do lendário pugilista. Mas seu pai, Floyd Sr., disse ao experiente repórter John Saraceno que não descarta a possibilidade de o filho lutar pelo menos mais uma vez em 2016 para completar o cartel invicto com 50 vitórias. Só o futuro dirá.

Bob Arum deixou escapar que não quer que Manny Pacquiao se aposente após uma derrota e sem cinturão de campeão do mundo. O empresário deve se reunir dentro de duas semanas com Oscar De La Hoya, dono da Golden Boy Promotions, e que cuida da carreira de Danny Garcia, dono dos títulos dos meio-médios-ligeiros, versão Conselho e Associação Mundial de Boxe. Garcia, de 27 anos, está invicto, com 30 vitórias (17 nocautes).

O encerramento da carreira de Pacquiao poderá ser nas Filipinas, seu país, ano que vem. A ideia de Arum é fazer uma luta para 60 mil pessoas, sem cobrança de ingresso, Serviria de cabo eleitoral para Pacquiao, que sonha ser presidente de seu país.

Floyd Mayweather aproveitou a entrevista coletiva após a luta para ratificar a sua condição de melhor boxeador da atualidade, após bater Manny Pacquiao e somar a 48.ª vitória ao seu cartel invicto. “Nasci vencedor e vou morrer vencedor”, disse, sob aplausos de seus admiradores. “Não discuto Muhammad Ali, Rocky Marciano, Sugar Ray Robinson, Sugar Ray Leonard….eles tiveram sua época e estão na história. Mas eu sou o melhor de minha época.”